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27 de junho de 2012

Só Casando!


Desde criança eu sempre quis ser uma pessoa diferente das outras. Essa ideia de ser “maria-vai-com-as-outras”  não me caia bem. Eu não sei por que tinha essa ideia, mas me lembro de que sempre escolhia o que a minoria queria fazer. Minhas irmãs diziam que eu era “do contra”, a verdade é que eu queria ser especial, marcar diferença, que eu fosse uma pessoa difícil de esquecer. Durante minha adolescência eu externei esse desejo pelas roupas que vestia. Só usava preto, batom roxo e uma atitude rebelde (eu não gosto de tirar fotos e por isso não tenho nenhuma dessa época. A foto aí do lado eu tirei na Noite do Avesso que realizamos aqui no Perú. Acho que porque a maioria das pessoas vive tirando foto eu decidi que não ia gostar. Uma vez questionei minha mãe porque ela não tinha fotografias minhas quando era criancinha já que tem das minhas irmãs. Eu esperava uma resposta do tipo... “Ah filha é que nessa época não tínhamos câmera fotográfica”, mas a resposta foi... “Tu fazia o maior escândalo se dissesse que era pra tira uma foto, chorava muito”. Era do contra inconscientemente (rsrsrsrs). Voltando ao assunto, essa minha atitude me trouxe alguns benefícios, mas também me causou muitos problemas com meus pais e me fazia difícil ter amigos. A verdade é que minha motivação em querer ser diferente era errada.

Quando eu completei 12 anos minha mãe pagou uma palestra para que eu e minhas duas irmãs mais velhas aprendêssemos sobre Bíblia e Sexualidade. Não porque aos 12 minha mãe achava que eu já precisasse saber disso, mas porque ela não sabia como falar sobre o assunto e um grupo de americanos que viajavam o mundo todo com uma palestra intitulada “QUEM AMA ESPERA” chegou a nossa cidade e ela não quis perder talvez a única oportunidade de que eu e minhas irmãs aprendêssemos sobre o assunto, até porque era um tema não muito falado nas igrejas (infelizmente). Apesar de ter só 12 anos o tema me interessou muito, não porque ia ensinar sobre o que Deus pensa a respeito disso (eu só aceitei a Cristo 2 anos depois desse evento), mas por curiosidade mesmo. Bom, aí fui eu para tão esperada palestra. Os responsáveis já haviam anunciado que ao final da programação iriam convidar aos jovens presentes a fazer um voto de pureza sexual.

Eu estava bem atenta a todos os assuntos abordados, mas nada para mim era tão convincente para me fazer tomar uma decisão como essa. Até o instante em que o palestrante começou a falar de estatísticas. Eu não lembro bem a porcentagem que ele apresentou, mas era algo fora do comum para mim, e quando eu descobri que a maioria das meninas do mundo todo perdia sua virgindade antes dos 18 eu pensei: “Uau são muitas garotas, elas são a maioria!” (esse foi meu pensamento, mas devo confessar que nunca fui boa em matemática!) Eu não queria estar entre elas, dentro da estatística, para mim foi o ponto final para tomar minha decisão ao final da palestra. Foi assim que fiz o meu voto de pureza sexual.

Durante os próximos dois anos não foi muito difícil manter minha decisão. Mas eu estava convicta que sexo para mim SÓ CASANDO! Eu era tão do contra que falava com maior orgulho que ainda era virgem enquanto as outras meninas da minha idade sentiam vergonha de assumir isso. Lembro-me de um dia na escola conversando com uma colega de sala, não sei por que entramos nesse assunto, e ela não acreditou em mim, me chamou de mentirosa quando eu afirmei que era virgem aos 18. –“Com 18 anos virgem? Tu nem é feia! Desculpa mas eu não acredito! Tu fala isso porque é crente e não quer assumir!”. Esse foi o argumento dela. Decidi não discutir com ela, e me sentia muito orgulhosa por estar fora da estatística!

Aos 14 anos depois que conheci a Cristo eu pude compreender de verdade a importância e a magnitude desse voto. Claro que diante de Deus eu o refiz, agora com um coração submisso a Sua vontade e com uma nova motivação para cumpri-lo. Conforme eu fui amadurecendo a minha fé eu também descobri que todo esse desejo por ser diferente podia ser redirecionado. Naturalmente eu abandonei o “puro black” das minhas roupas (ainda é minha cor favorita, seguido do roxo e do azul, mas hoje me permito usar um rosa, um amarelo, um verde, e antes, NEM PENSAR!), abandonei a atitude rebelde e permiti que o Espírito fosse mudando minha maneira de pensar.


Descobri que Deus sim quer que sejamos diferentes, mas diferentes em nosso caráter, diferentes do mundo, diferentes do pecado. Não sou perfeita, estou longe disso, mas já entrei nesse processo de mudança. Hoje não quero marcar o mundo pela maneira que me visto (isso não quer dizer que não devemos honrar a Deus com nossas roupas), mas quero marcar a diferença com atitudes que demonstram o que há dentro de mim, o Fruto do Espírito. Quero responder de maneira agradável a uma ofensa (Provérbios 15:1), quero demonstrar amor a quem tenta me afetar negativamente (Mateus 5:38-48), quero honrar a Deus independente do que esperam as pessoas (Atos 5:29). Isso sim é ser DIFERENTE!

Eu me casei aos 22 anos e com a graça de Deus pude manter-me fiel ao meu voto. Para mim, dizer “VALEU A PENA ESPERAR” é mais que uma música. É uma conquista e uma marca do desejo do meu coração em buscar a diferença para honrar a Cristo.  O dia do meu casamento foi especial por isso e era o que ocupava o meu pensamento durante toda a cerimônia. A partir desse dia fiz novas alianças com o Senhor em respeito a minha sexualidade e minha comunhão com Ele. Quero seguir sendo diferente, mas com as perspectivas certas, com o alvo bem claro e com as intenções e motivações corretas.

 
“Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. (Romanos 12:1-2)

2 comentários:

  1. Você, rebelde? Nossa, Jesus fez a transformação!

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  2. Nossa Iana e como me mudou!!!! Era rebelde demais!!!! E é muito bom que já nao tenha mais vetígios desta rebeldia em minhas atitudes a ponte de te surpreender!!!
    Um abraco!

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